Faz tempo que escrevi o ultimo post. Tenho tido
pouco tempo pra escrever... Eu não tenho muitas novidades desde o último post, mas as poucas que
tenho são boas.
Desde que escrevi a primeira vez sobre a dieta
GAPS, venho adaptando a da minha familia para se encaixar na abordagem da Dra.
Natasha e do livro Gut and Psychology Syndrome. Digo adaptando porque seguir a dieta a risca requer passar por uma
etapa inicial - que ela chama de Introdução - na qual se come somente caldo de
carne com carne fervida e legumes, que não chegamos a fazer AINDA. Seguir uma
dieta assim provoca um verdadeiro exterminio de bacterias ruins, e as toxinas
liberadas e consequentes mal-estares me fizeram concluir que teremos que alcançá-la
aos poucos. Nós começamos já pelo estágio avançado - a dieta Integral (Full GAPS diet) – onde se pode comer muito mais coisas, e mesmo assim já
sofremos bastante (muita gente vai reduzindo os carboidratos aos poucos até chegar na Introdução, para não sofrer tanto com as toxinas).
No primeiro mês foi dificil. Ao deixar de comer pães, arroz,
batata, pasta e demais carboidratos processados, muitos microoganismos que
vivem as custas do produto da digestão deles, acabam morrendo, e as toxinas que
liberam no sangue provocam reações bem desagadáveis. Quem já fez dieta pra
candidiase conhece estes sintomas, fadiga, dor de cabeça, dor de barriga, pra
enumerar alguns. Eu tive principalmente dor nas costas, e que dores nas
costas...mas como eu já tinha lido que isso ia acontecer, eu não me assustei
muito e tomei bastante chá verde e de
camomila porque realmente ajudam com o mal-estar. Como hoje eu faço leite de
coco pro Oliver – contarei mais adiante - a cada 3 xics que faço, coloco 2 xics de água pura e 1 xic de chá de
camomila, pra ajudá-lo também.
Se num
primeiro momento eu cheguei a me perguntar quanto tempo conseguiriamos seguir a
dieta, hoje vejo que a minha vida mudou muito depois de ter iniciado a dieta e
eu nunca mais voltarei a comer gluten e tomar leite de vaca como antes. Há 2
meses não como grãos nem nada com farinha de trigo – ou seja nada de massa ou
pães. E me sinto SUPER bem. Não sinto falta
nenhuma. Não como mais batata, só abobora, e muito raramente me entra uma
vontade de comer batatas fritas, mas até esse desejo eu consigo superar
facilmente.
Para substituir o leite houve várias
tentativas-erro. Primeiro cai na ilusão de achar que encontraria um leite que
substituiria o leite de fonte animal, comprando no supermercado. Haha. Primeiro
tentei o de soja. No primeiro dia que o Oliver tomou o de soja, ele ficou tão hiperativo - por causa do açúcar que misturam naquela porcaria, ele mal come doce – que joguei a
embalagem fora na hora. Fora que a soja usada nestes leites é transgênica, o
que por si só já diz tudo: mantenha distância. Tentei comprar leite de
amêndoas, até ler os ingredientes e ver que o leite de amêndoa contem 7% de
amêndoa. 7%! Haha, pensam mesmo que a gente é trouxa. O resto é amido de milho...
sem contar conservantes etc que são péssimos para saúde. Enfim, se está na prateleira do supermercado, é porque tem todo tipo de conservantes e corantes e no livro Gut and Psychology Syndrome a Dra. Natasha explica bem: EVITE ao máximo, é péssimo para os nossos filhos. Só é bom o que a gente faz em casa mesmo.
Pra resumir decidi partir para a produção
caseira e deu muito mais certo. Gastei nossas poucas economias num super
liquidificador e comecei fazendo leite de amêndoas, porque o de arroz eu li que tem muito arsênio. Depois descobri que
amêndoas tem muito acido oxalico, que pode dar pedra nos rins se consumido em
grandes quantidades (e era só o que nos faltava agora...) acabei achando lascas
de coco numa loja de produtos orgânicos perto do trabalho e desde então só faço leite de
coco, que além de conter uma gordura super saudável, de quebra ainda faço farinha
de coco da polpa que sobra. Agora faço pãesinhos e biscoitinhos com a farinha
de coco, então por essas bandas ninguém sente falta de bolacha e pão! Tenho
usado muito oleo de coco para cozinhar, que além de ser gordura saturada de
primeira, tira totalmente a fome, é um super anti-bacterial e anti-fungo. Pra quem não sabe, o único alimento que manda
mensagem de saciedade pro cerébro – ou seja, de que se está satisfeito - é a gordura. Se depender do carboidrato pra você se sentir satisfeito,
você vai passar o resto do dia comendo...
Se você ainda tem dúvidas sobre a dieta ideal, eu recomendo o site MERCOLA.com, o site de saúde mais visitado do mundo, com todas as notícias mais recentes sobre pesquisas na area de nutrição e afins. Se você não lê inglês, tente usar o tradutor do google, vale a pena.
Uma das coisas mais curiosas que aconteceram foi
ve-lo pela primeira vez chacolhando as mãos (sintoma típico de autismo) cada
vez que tomava uma colherinha de chá de iogurte caseiro. Ele passava a tarde agitando as mãozinhas, coisa que nunca fez. Como o iogurte caseiro é um
probiotico que contem uma quantidade imensa de bacterias beneficas, muitas bactérias patogenicas morrem, e a liberação de toxinas decorrente provoca este tipo de
comportamenteo típico do autista. Alguém me disse por aí que é uma bacteria especifica
que morre e que libera “amonia”, não sei se é verdade. Isso coincide muito com a
teoria da Dra. Natasha de que os sintomas neurologicos se originam no
intestino. Foi só cortar o iogurte e esses sintomas
comportamentais desapareceram totalmente. Dei um tempo
no iogurte, porque ainda estou na dúvida se devo dar laticinios para ele, mesmo
fermentados (que se supõe, contem muito menos da maldita caseína).
Passado o primeiro mês, hoje em dia não temos
sentido mais nada de negativo, muito pelo contrário. Estou com disposição e
energia inéditas na minha vida, e ainda perdi uns quilinhos por tabela.
Eu andei lendo muito sobre remédios anti-parasitas,
anti-vermes e todos os anti possíveis e cheguei a conclusão que essa talvez
seja uma batalha infindável e que cuidando da dieta, no longo prazo, acabe dando
na mesma. Eu não descarto essa possibilidade, mas por enquanto eu tenho a
impressão que a homeopatia está cuidando dos microbios todos, dessa forma
maravilhosa e misteriosa que só a homeopatia sabe fazer...
De forma geral, estou me sentindo melhor porque
acho que estou mais conformada com a idéia de que o tratamento é longo e que
não adianta ter pressa. Mais do que isso, acho que estou mais positiva porque o
Oliver tem mudado, devagarinho, mas tem mudado.
Como eu já disse antes, ele está cada dia mais
calmo, mais afetuoso e mais presente.
Há alguns meses eu colocava ele no berço e
embora eu pedisse beijo e dissesse coisas carinhosas, ele ficava deitado,
olhando pro teto mexendo na orelinha, como se eu não estivesse ali... Que
diferença do menininho lindo que hoje me enche de abraços e beijos quando está
no berço antes de dormir! Mesma coisa na banheira na hora do banho. Muitas vezes ele olhava pra mim com aquele olhar envidrado, como quem
está nas nuvens... Agora, ao contrário, ele fica deitadinho em cima da minha
barriga, fingindo que nada, com os olhos nos meus, rindo brincalhão.
Era impossivel estar na sala vendo TV com ele,
porque ele ia nos martirizar pra colocar DVDs. Hoje ele se interessa muito mais
pelos brinquedos e tem muito mais paciência se papai estiver assistindo algo na
TV. Esse interesse pelos brinquedos tem
sido maravilhoso também, ele tinha esquecido que os brinquedos existiam. Ele
continua não mostrando nenhuma imaginação, mas pelo menos mostra interesse por
brinquedos. Ele tem muito mais paciência em geral pra tudo. Antes se ele estava
pronto pra sair enquanto nos preparávamos para sair, ele gritava tanto, não
podia esperar um minuto, era um ambiente em geral bem mais tenso, o pai tinha
que ir levando ele na frente pro carro e tal. Hoje ele espera quietinho e se eu
digo pra ir brincar e esperar até que fiquemos todos prontos, ele espera na maior
boa.
A interação social continua precária, ele
interage com poucas crianças, e sempre aquele coisa de correr pra lá e pra cá, nada de brincar
junto. (Bom, ele é meio novo pra isso, eu acho). Mas olha mais pra elas,
existe um interesse maior pelo mundo a sua volta do que antes. Ele aponta se passa
o avião, ou aponta mais para mostrar as coisas. Pede tudo com gestos, traz o
pijama quando quer coloca-lo, aponta pras frutas se tem fome, etc.
Eu não conseguiria afirmar a quantas anda a
compreensão dele, mas de forma geral, ele entende as ordens mais práticas. Se
ele tiver que imaginar onde vamos, por exemplo no shopping ou no parque... “vamos com a mamãe no banheiro?” fica
dificil, porque o banheiro não está na frente dele, ele não consegue imaginá-lo.
Eu passei a tirar fotos de tudo com o celular, conforme recomendação da fono, e
mostro pra ele quando quero explicar onde vamos por exemplo, pra ele entender o
que “vem depois”, porque pra ele, como ela disse, o depois é um vazio.
Vê-lo do lado de um menino da mesma idade no parquinho ainda
é muito dolorido porque eu obviamente percebo a grande diferença que existe
entre o meu bebezão fofo e os menininhos de 2 anos e meio que parecem adultos em
miniatura, tão lindos falando tudo, interagindo com as pessoas... Vira e mexe
eu vou para o parquinho com ele e volto pra casa escondendo o choro atrás dos
oculos escuros, imaginando-o do mesmo jeito que os outros menininhos,
falando comigo, mostrando o mundo a nossa volta, curioso... e me dói demais.
Mas na hora vem na minha cabeça uma música que
eu costumava ouvir na igreja de pequena, quando ia na missa com meus pais... “segura
na mão de Deus.. segura na mão de Deus, pois ela, ela te sustentará...” e volto
pra casa cantarolando pra afugentar os pensamentos negativos. Procuro pensar
que Deus está do nosso lado porque tem me mostrado os melhores caminhos para o
tratamento dele. Porque apesar das circunstâncias, os sintomas do Oliver não
são dos mais graves. Porque no mundo tem tanta gente com uma vida muito muito
muito mais dificil do que a minha, em todos os aspectos e eu não posso
reclamar. Até pelo fato de estar morando aqui na Inglaterra, onde eu nem preciso
procurar uma fono, ou escolinha para crianças especiais do governo, porque os
assistentes sociais cuidam de tudo e você não precisa mover um dedo.
E porque eu descobri a homeopatia e a terapia
CEASE. Depois de 2 domingos seguidos com ataques de birra identicos, eu
finalmente descobri quando devo dar a dose seguinte do remedio homeopatico para
o Oliver, algo que eu não estava acertando bem. Eu tinha lido que o ideal é evitar
um método mecânico de dar a dose com dia e hora marcados, tipo a cada 2 dias ou a cada
semana, que o melhor era seguir o bom método mais tradicional, “wait and watch” – dar a dose e
esperar pra ver até parecer que não está mais fazendo efeito, para então dar a próxima. Porque dar a dose antes da hora certa, gera agravação desenecessária.
Ele está tomando Carcinosim e sempre que eu
dava o glóbulo trituradinho na colher, ele tinha bastante agravação e passava dias
irritado, com todo tipo de reações. Eu esperava para ver o que a dose traria de positivo, e nem estava
conseguindo ver o que era. E eu estava cansada de ler outras mães dizerem o
alivio que a dose trazia pros filhos.
Acabei achando um texto muito bom de um homeopata AQUI que
explica que nos últimos anos da vida, Samuel Hahnemann – meu ídolo, o grande pai da
homeopatia – passou a utilizar muito mais o método da dose diluida em agua, e
principalmente, a dose “repartida”, ou seja, utiliza-se um só glóbulo para
fazer a solução em uma garrafinha, e cada dose que se dá ao paciente, em vez de
se usar um novo glóbulo, o que se dá é uma colher – diluida em outro copo d'água
– da mesma solução onde se dissolveu aquele primeiro glóbulo. No máximo, você chacoalha
a garrafa uma vez, antes de pegar a dose. Mas todas as doses vem da mesma
garrafa, feita com um só glóbulo, para evitar agravações.
Ah, que diferença! É muito mais suave. Agora, começa
a chegar o fim de semana e ele começa a ficar menos cooperativo, eu já sei que
é hora de tomar o remédio, ele toma e fica um anjinho de novo!
Estamos terminando o que eu espero que seja a
última rodada de desintoxicação da Amoxicilina, que termina semana que vem, e se
Deus quiser ele não terá mais nenhuma reação e não teremos que repetir de novo...
É besteira pensar assim, porque a cada reação negativa, vem algo positivo, mas é que já fizemos 4 rodadas e eu encasquetei que a triviral deve ter contribuido muito para os problemas
dele e estou louca pra desintoxicar a maldita.
Já recebi num envelope da homeopata, as doses
para a desintoxicação da triviral (MMR – sarampo – caxumb – rubeola). Quando vi a
carta contendo as doses, MMR 30C, MMR 200C... me deu até arrepio na espinha, comecei
a chorar. Senti aquela confusão de sentimentos, aquele medo misturado com a
esperança do sonho de que essa desintoxicação pode mesmo trazer resultados
maravilhosos, como o que já aconteceu com outras crianças - de ele, de repente, começar a falar - ou quem sabe... ao contrário de torná-lo mais autista
temporariamente, até desintoxicar várias vezes! como também já aconteceu com
algumas crianças... que angústia!
Mas a vida tem sido assim, começamos esta
viagem e vamos nela até o fim. Eu acredito piamente na terapia CEASE e espero
que Deus esteja do nosso lado quando começarmos a MMR, contarei tudo aqui.
Em outubro ele entra na escolinha 2 dias por
semana e vamos ver se a experiência vai ser bonita, ou catastrófica, só o tempo
vai dizer.
E nesse meio tempo, lá vamos nós. Como sempre,
com muito amor, positividade e principalmente, muita muita fé!!