Estamos sentados na sala de espera do Centro de Osteopatia (terapia craneossacral) onde levo o Oliver desde que completou 2 anos de idade e começou a mostrar os primeiros sinais de autismo. Ele está lindo de camisa e gravatinha, o uniforme da escola primária (que aqui na Inglaterra começa em setembro, para crianças a partir de 5 anos, o Oliver faz 5 em janeiro).
Nós estamos sentados no sofá e ele me pede pra jogar jogos no tablet enquanto a gente espera. "Posso jogar mãe? Liga para mim". Eu digo a ele que temos que esperar e perguntar para o Stuart - nosso osteopata. Ele senta bonitinho e espera. Na nossa frente, está sentada uma mãe com um menino loirinho lindo de uns 7 anos. Ele não pára de pular ao lado da mãe, brincando com um joguinho que toca musiquinhas para bebê, jogando os papéis no chão, meio fora de controle. Eu reparo no olhar transfixo do Oliver no menino, como quem pensa "porque ele não pára de pular?".
Ao ver isso, eu não consigo deixar de sentir este mixto de sentimentos... muita pena da mãe, pra quem eu olho com um sorriso de empatia - eu conheço a sua dor amiga, não se preocupe com a gente -, e desta criança sofrida e confusa, e um orgulho inevitável do Oliver, que parece uma criança neurotípica.
A consulta foi ótima. Na última consulta, há mais de um mês, eu mencionei que estamos lutando para melhorar a fala. O Stuart me disse que ele podia sentir um bloqueio rígido ao redor dos ouvidos dele. Ele massageiou e tratou esta região. Eu comentei que iamos começar uma terapia que dura 10 dias, de processamento auditivo, onde as crianças escutam música em fones por meia hora (uma terapia criada por um fonoaudiologo francês), e a música é programada de maneira que fica alternando entre tons agudos e graves, e tem a finalidade de equilibrar as frequências que a criança escuta. Porque se acredita que a parte sensorial auditiva da criança com atraso na fala pode estar desequilibrada, fazendo com que a criança escute mais alto, ou de forma mais estridente, sons do ambiente, sons que muitas vezes nos passam despercebidos. E isso irrita a criança constantemente e faz com que ela acabe se fechando para o mundo por causa destes barulhos ensurdecedores.
Nesta consulta, o Stuart diz que ao redor dos ouvidos está muito melhor. Maravilha.
De volta para casa no ônibus, chove uma chuva fria e fininha, destas de amargar, bem de Londres, que muitas vezes me deprime e me faz sentir saudades do Brasil. Mas não hoje. Na ponte, eu olho para o Rio Tâmisa na chuva, e me parece tão lindo, tão lindo, que eu começo a lacrimejar.
Eu me lembro da nossa primeira consulta com o osteopata, quando o Oliver completou 2 anos. O osteopata tentou tratá-lo, mas não havia maneira, ele detestava que as pessoas encostassem nele. O centro é grande e aberto, todas as crianças são tratadas em camas na mesma sala gande, mas tal era a dificuldade que o osteopata preferiu colocá-lo numa sala sozinho. Quando fechamos a porta, ele gritava encostado na parede como um bichinho acuado e amendrontado, dava pena de ver. Foi só uma questão de sentá-lo no meu colo, o Stuart fazer uma pressão forte e rápida no crânio, por nem um minuto, e de repente, esta criança que estava dando escândalos, fica totalmente calma, levanta a cabeça, olha para ele, e sai da consulta dandos tchauzinho.
Foi uma experiência tão surpreendente que eu não tive dúvidas que ali estava o caminho que ia nos ajudar a tirá-lo deste abismo. E desde então eu tento levá-lo todos os meses, e eu noto que a osteopatia trabalha junto com a homeopatia de forma muito colaborativa e curiosa. Como se o osteopata fosse capaz de colocar o trem descarrilhado no lugar.
Eu choro baixinho no ônibus para que o Oliver não veja, enquanto ele olha os carros da janela. De emoção, orgulho, alegria, de ver como ele está bem, de pensar na nossa luta durante estes últimos 2 anos e meio, nossa, tantos sentimentos no peito! Eu choro baixinho, porque hoje em dia, se ele me vê chorar, ele diz "a mamãe está chorando" e fica olhando pra mim e dizendo "mamãe contente, mamãe contente" tentando me fazer ficar contente. E quem disse que o autista não é capaz de ler emoções no rosto das pessoas, que o autista sempre vai ser autista? Ha-ha-ha.
Ele reconhece todas as emoções nos nossos rostos e demonstra empatia também, entende que a mamãe está triste, quer que a mamãe fique feliz, como qualquer criança. Aliás, hoje em dia ele mente também, muito bem. "Só levante da mesa quando terminar de comer" eu digo, ele responde "xixi" levanta da mesa e corre para frente da TV olhando para mim de soslaio com o sorriso mais maroto do mundo no rosto. Que xixi que nada, ele mentiu pra ver TV!
Eu fico pensando na conversa que tive com a mãe do menino na sala de espera, e nesses casos mais sérios, em que a criança passou dos 5 anos e os desafios ainda são muito grandes, e a resposta que eu ouço é sempre a mesma: tomou todas as vacinas, a mãe só começou na dieta muito recentemente porque nunca pensou que funcionaria e a criança tomou muitos antibióticos por causa de infecção de ouvido. Os casos são sempre iguais... a criança não fez dieta, a alimentação não é saudável e muitos antibióticos.
Este menino que ainda sofre tanto aos 7 anos de idade, podia ser o meu filho. Se não tivessemos melhorado a alimentação, se não tivessemos desintoxicado as vacinas e se tivessemos dado mais antibióticos (eu dei 2 vezes, ambas no Brasil, aos 9 meses Amoxicilina para infecção de garganta, e de novo com um ano e 9 meses, meus grandes arrependimentos. Nunca mais dei.). E de todas as desintoxicações, a Amoxicilina foi a que mais causou reações e a que trouxe uma melhora incrível na concentração.
E assim eu fui pra casa, chorando escondido dentro do ônibus... de orgulho por ver o meu molequinho tão bem. Ele já comunica muito bem, mas ainda precisa melhorar muito a fala. Mas tem a vida toda pela frente, ne!
Ele ainda mal socializa, embora fique muito bem junto com outras crianças. Isso vai vir com certeza, a medida que a fala melhorar, eu tenho certeza.
A imaginação está começando a aparecer muito devagarinho, agora ele cozinha na pequena cozinha de brinquedo dele enquanto me ve cozinhar. Ele morde a panquequinha de brinquedo e "mastiga" de mentira.
Há muito o que avançar ainda na imaginação, e eu tenho a intenção de
colocá-lo para ver vídeos para aprender a brincar, porque li sobre
video-modelling e soube que é muito eficaz. Ao ver videos de crianças
brincando, eles aprendem a brincar. Porque agora que ele está feliz e pronto para aprender, sem esta confusão de toxinas de fungos e bacterias, e substâncias toxicas no sangue que lhe impediam de se concentrar e aprender, advindas de comidas processadas (conservantes, corantes, glutamato monossodico), e temos que ensiná-lo tudo o que ele não aprendeu nas etapas corretas do desenvolvimento.
Nós nunca fizemos quelação de metais pesados, com quelantes como por ex. o protocolo AC. A homeopatia tem ajudado em tudo, e é possivel ver nos exames de cabelo o mercurio e outros metais sendo expelido constantemente e diminuindo cada vez mais :)
Mas é tão inteligente, já está até lendo aos 4 anos e meio! É tão curioso ver uma criança capaz de ler tudo sem ainda saber falar muito bem.
Para mim, nosso caso já é um caso de sucesso.
Eu rezei demais desde o começo e sem dúvida foi Deus quem nos guiou. E eu fico tão feliz de pensar que está tudo o que fazemos está trazendo progressos, só progressos. Que a combinação dieta e alimentação super saudável, mais diferentes protocolos homeopaticos (CEASE, homotoxicologia e há um mês estamos fazendo homeopatia unicista :) e osteopatia, e todas as outras terapias alternativas que existem por aí, foram tão eficazes...!
Senhor, eu Te agradeço hoje e sempre, por nos mostrar o caminho.
Amém, da mãe mais feliz do mundo.
COM MUITA FÉ.